
Meu amigos, descobri este texto na internet e quis reproduzir aqui no Blog, para a gente analisar a verdadeira importância do concurso Miss Brasil ao longo desses 53 anos de realização. Explico também que este texto não expressa necessariamente a minha opinião. Abraços
==================================================================================
MISS BRASIL 2004
Artur Xexéo
"Barraco nos bastidores do concurso de misses", copyright O Globo, 21/04/04
"O concurso de misses que Marlene Mattos promoveu na Rede Bandeirantes há uma semana já tinha motivos de sobra para entrar na História. Por exemplo, foi o primeiro concurso de todos os tempos - e deve-se incluir aí os certames que escolhem a mulher mais bonita do país em todo o planeta - em que as misses desfilaram de óculos escuros. Deu para entender? Um concurso que, teoricamente, pretende mostrar como as candidatas são bonitas arranja um jeito de esconder a beleza das moças. Genial, não?
Outra sacada sensacional da equipe de Marlene Mattos: o tradicional desfile de trajes de gala fez com que todas as misses desfilassem de preto e branco, com predominância do preto. A inspiração era óbvia: Cecil Beaton e as corridas de Ascot no filme ‘My fair lady’. Só que o que era bonito no filme ficou triste no Miss Brasil. Quando todas as candidatas se juntaram no palco, dava a impressão de a TV Bandeirantes estar transmitindo um velório concorridíssimo. (Seria uma metáfora? O enterro definitivo do Miss Brasil?)
A rede de TV tentou vender para o público a idéia de que a transmissão deste ano consagraria ‘o resgate do glamour’. Agora, me explica, dá para resgatar glamour com Alexandre Pires fazendo o show do intervalo? Ou Zezé di Camargo e Luciano fazendo brincadeiras no palco? Ou Wanessa Camargo no júri? Ou um apresentador que chama Adalgisa Colombo de Adagisa? Ou uma série de VIPs na primeira fila formada por Astrid, Preta Gil, Viviane Shoptime?
Quem não acompanhou o concurso nos últimos anos - isto é, praticamente todo mundo - pode ter estranhado também a participação de Nayla Misherif como apresentadora. O que é Nayla Misherif? Bem, Nayla foi uma Miss Brasil daquele tempo em que ninguém mais sabia quem era a Miss Brasil. Como uma Miss Brasil dos bons tempos, seu principal prêmio foi um bom casamento. Nayla casou-se com um empresário que, de presente, deu-lhe os direitos do concurso. Moral da história: já há dois ou três anos, Nayla é a apresentadora. Tudo indica que faz parte do contrato que ela assina com as estações de TV que acham uma boa idéia transmitir o certame. Já foi a CNT. Agora é a Bandeirantes. Também deve estar no contrato a exigência de Nayla mudar de roupa a cada vez que é focalizada por uma câmera. É o que tem de mais divertido no programa. Como é que Nayla Misherif vai aparecer na próxima cena? Ela nunca decepciona.
Mas havia uma verdadeira boa idéia no plano de Marlene Mattos de ‘resgatar o glamour’. A nova toda-poderosa da Bandeirantes imaginou uma homenagem a todas as 50 misses que já ganharam o Miss Brasil. Nem todas apareceram. Mas muita gente estava lá: Martha Rocha, Adagisa... opa! Adalgisa Colombo, Ana Cristina Ridzi, Gina McPherson, Eliane Thompson, Vera Lucia Couto...
Não foi fácil reuni-las. A coluna Gente Boa contou alguns dos problemas que antecederam o encontro no palco de toda aquela mulherada. Algumas tiveram que receber uma ajuda de custo para ir a São Paulo. Outras reivindicaram cachê. Marlene explicou que pagar cachê seria como pagar para um convidado ir a uma festa.
No palco - excetuando-se o improviso que marcou toda a transmissão do desfile - tudo parecia bem com as misses homenageadas. Mas, na verdade, todas estavam insatisfeitas. Ana Cristina Ridzi, a candidata que venceu uma irmã gêmea no concurso de Miss Guanabara e acabou ganhando o Miss Brasil, é a porta-voz do grupo:
‘O convite para participarmos de ‘uma celebração prazerosa’ foi o maior embuste que aconteceu nesses 50 anos de Miss Brasil. Desorganização completa: fomos destratadas, a começar pela hospedagem sem direito a nada (telefone-mudo, frigobar vazio - não tinha nem água). A muito custo, foram liberadas ligações telefônicas internas e a água’, reclama em carta a Marlene Mattos.
‘Parecíamos estar pagando para participar da sua festa ( de Marlene Mattos ), onde os únicos amigos bem-vindos eram os seus ( de Marlene Mattos ) agenciados Wanessa Camargo, Zezé di Camargo e Luciano e outros, que têm interesses financeiros em aparecer’, continua.
E Ana Cristina solta o verbo: ‘Quando se convida para a casa de um amigo, como foi dito pela senhora ( Marlene Mattos ) em nota publicada ( na coluna Gente Boa ), não se cobra, tem razão, mas pelo menos o dono da casa que convida deve recepcioná-lo bem e fazer as honras da casa, como um bom anfitrião, e jamais ganhar dinheiro/audiência em função destes. Amigos não são deixados durante cinco horas em pé nos bastidores do evento, sem cadeira, sem água, sendo empurrados de um lado para o outro, quando o convite teria sido uma suposta celebração e homenagem. Nosso nome foi usado por sua assessoria de imprensa, divulgando a homenagem às misses do Brasil. De forma jocosa, sugeriu-se a ajuda de custo às misses ‘quase falidas’. Usaram a nossa imagem durante 28 dias, em vinhetas comunicando a data do evento. Não fomos convidadas para a casa de amigos, e sim para receber uma homenagem de uma rede aberta de televisão, que estava ganhando dinheiro com o evento.’
Cinco horas em pé? Sem água? Sem frigobar no hotel? Sem telefone? Marlene Mattos expandiu o conceito de ‘resgate do glamour’."
Fonte: http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=6597763609572807067