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domingo, 12 de outubro de 2008

MARTHA ROCHA - UMA MULHER DE FIBRA
















Martha Rocha: "Feio é ser mau-caráter". A eterna Miss Brasil prepara sua
biografia, conta como perdeu sua riqueza e como superou um câncer de mama
Por Eliane Lobato

A casa em que mora a ex-Miss Brasil, a baiana Martha Rocha, que perdeu o Miss Universo em 1954 por exatamente duas polegadas a mais nos quadris, é cercada por árvores, como o bambu. Sem querer, a natureza definiu a moradora. Martha é como o bambu: enverga até o chão, mas não quebra. Primeiro, foi a viuvez aos 23 anos. Seu marido, o banqueiro argentino Álvaro Piano, morreu num acidente de avião. Em 1995, viu todas as suas economias serem roubadas pelo cunhado, que também é pai de sua nora e avô de seus netos, o investidor Jorge Piano. Ele deu o golpe em vários clientes da casa de câmbio que levava seu sobrenome e fugiu do Brasil. Martha ficou sem dinheiro e para sobreviver teve de vender seu apartamento. Em 2001, o último grande golpe: ela recebeu o diagnóstico de câncer de mama. Passou por uma cirurgia e pelo tratamento com radioterapia e, hoje, está curada. Para restabelecer-se, foi passar alguns meses em Volta Redonda, interior do Rio de Janeiro, e acabou se apaixonando pela cidade. É lá que fica a casa rodeada de verde na qual mora.

ISTOÉ – Mas sabe o que é ser invejada, não é?
Martha – Dizem que quando a pessoa é invejada é bom porque é sinal de que ela tem alguma coisa. Ninguém inveja um mendigo, por exemplo.

ISTOÉ – Beleza põe mesa?
Martha – Em certos casos, sim. Mas não é tudo na vida. Senão, todas as pessoas que não são consideradas bonitas seriam condenadas a uma vida ruim. Para mim, sinceramente, feio é ser uma pessoa má, sem caráter, dedicada à maldade. Não é o sentido estético.

ISTOÉ – Ficou muito triste com o segundo lugar no concurso de Miss
Universo em 1954?
Martha – Não. Obviamente, não há ninguém que não queira ser a primeira. Eu gostaria de ter sido. Não adorei ter tirado o segundo. Não! Mas eu estava tão cansada, só queria dormir. E também estava sem comer direito, a comida dos Estados Unidos era muito ruim, muito sanduíche com maionese e alface, tenho horror a ambos. E ainda houve um incidente: eu tinha combinado com o Fábio Ramos, então repórter da Folha de S. Paulo, que me acompanhou na viagem, que ele pegaria minha mãe no hotel para levá-la ao concurso. Mas, ao final, quando perguntei: “Onde está mamãe?”, ele deu um suspiro e disse: “Esqueci dona Hansa!” Eu não quis mais saber de concurso. Foi ele também que deu a notícia das polegadas. Mas eu não estava nem aí. Sempre fui apaixonada pela minha mãe. Corri para o hotel e, quando cheguei, ela estava sentadinha com a bolsa na mão, esperando, horas a fio. Aí eu chorei. Chorei porque a mamãe ficou esquecida. Sobre o concurso, achei que tirar o segundo lugar entre 79 moças era uma classificação muito bonita.

ISTOÉ – A sra. deve estar cansada de falar dessas duas polegadas. Mas
concorda que estava “a mais” mesmo?
Martha – Olha, pelas medidas que eles puseram lá, tinha mais dois ou três centímetros de quadril. Mas as outras podiam ter também. Levei isso com
espírito esportivo. "Perdi tudo. Tive que vender meu apartamento. Um horror. Ninguém sente falta do que nunca teve, mas perder é muito pior"


ISTOÉ – Ganhou dinheiro com o quase-título?
Martha – Naquela época, o segundo lugar tinha direito a um contrato de um ano em Hollywood. Não lembro de quanto era porque eu não aceitei. As pessoas não acreditavam que eu tinha dispensado um contrato de Hollywood. Mas eu ia ter de ficar lá sozinha! Sozinha no meio daqueles lobos que estavam todos de olho em mim? O Roberto Campos, que era cônsul do Brasil em Los Angeles, me contou que os artistas todos queriam saber quem eu era. Eu senti que se ficasse lá ia entrar numa agitação que não era o que eu queria pra mim. Sabia que enquanto eu estava nos Estados Unidos o Ademar de Barros (1901-1969) mandou um emissário (do Partido Social Progressista) a Los Angeles para me convidar para ser deputada? Eu tive bastante juízo para não aceitar! Imagina! Nunca entendi de política!

ISTOÉ – O que a sra. queria? Casar e ter filhos?
Martha – Eu queria ter uma vida normal, eu sou muito de família. Nessa época, as moças eram criadas para isso. Tanto que meu pai não queria que eu entrasse no concurso. Foi difícil. Mas, depois, ficou orgulhoso. Até mudou o jeito de me chamar. Perguntava assim: “Já arrumaram o quarto da Martha Rocha?”

ISTOÉ – Que tipo de avó a sra. é?
Martha – Quase não convivi com meus netos. Os de Carlos Alberto nasceram e cresceram em Santa Catarina. Convivi mais com as filhas do Álvaro; uma delas mora nos Estados Unidos. E tem a Vitória, filha da Cláudia, de 12 anos, que é a minha paixão. Ela morava nos Estados Unidos e agora mora na Bahia.

ISTOÉ – Que tal fazer 70 anos?
Martha – Ótimo porque estou viva. Apesar de todos esses percalços que passei, estou viva e rindo e querendo viver e me divertindo. Sou uma pessoa alegre, estou trabalhando, viajando... Então, tenho muito o que comemorar.
(Trechos da entrevista extraído da revista Istoé, de 05/04/2006)

5 comentários:

Anônimo disse...

...Evandro, queridíssimo companheiro de luta para que oa concursos não sejam esquecidos( e que bom...eles não foram e estão aí vivíssemos!!!) eu preciso dizer isso a vc especialmente e a todos que lerem esse meu modesto, porém sincero recado: Marta Rocha é ainda a mulher mais linda que apareceu a concorrer em concursos de beleza seja lá em que parte do mundo eles tenham acontecido ou em que época tenham ocorridos!!!!!...E, que bom que ela está muito viva, pois, ela é prova viva do que eu estou falando...é só olhar e constatar!...Talvez miss USA 98 possa lembrá-la um pouco, todavia, só um pouco!...Marta conheci vc em uma festa...e fiquei paralisado com sua classe e beleza...vc é o que é não por acaso...meus respeitos majestade...Hilton.

Anônimo disse...

Martha Rocha é de uma beleza eterna e está sempre se cuidando para aparecer bem diante dos seus admiradores. Lamento por ela, o descuido do fotógrafo em ter tirado esta foto.
Abraços.

Anônimo disse...

Martha Rocha dispensa comentários meus, mesmo assim é a referência de beleza e elegância que conhecemos ao longo da História que se preserva pelo MISSES NA PASSARELA. Seu sofrimento é compensado por esta certeza: "desconheço outra Miss Universo em 1954 Eterna ou beleza semelhante".

Anônimo disse...

...que sorte a nossa...logo a primeira miss Brasil(da nova fase)já eterna e linda...Como deve ser olhar-se ao espelho e constatar em si mesma tanta beleza...é de assustar! Abraços a todos... Hilton.

Anônimo disse...

emocionante o texto do Evandro com a entrevista bem 'direta'. O 1° comentário do Hilton me fez chorar. Acho que a vida é fibra que não se rompe.Martha Rocha é vida. Abraços, JA

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